Poetisa-me

    Olá pessoas! Seguindo com as curiosidades sobre o livro "E assim falou mamusca".      Você sabia que eu fiz as ilustrações que estão dentro do livro? Sim! Eu desenhei em aquarela preta, pois sabia que o interior do livro seria preto e branco, mas não fiz os desenhos depois da escrita, os dois processos aconteceram ao mesmo tempo.      Como estava escrevendo e revisando outros livros também, eu fui fazendo um pouquinho de cada, assim conseguia "esquecer" um pouco de cada obra, então quando retornava ao material ficava mais fácil revisar e fazer ajustes. Gosto de dar um tempo das coisas que escrevo antes de revisá-las (gosto de dar mais do que um tempo na verdade hahaha).     Eu já tinha uma parte dele escrita quando comecei os desenhos, então fiz os desenhos visualizando o tom da escrita. Fiz bem mais desenhos do que foi colocado no livro, justamente porque não fiz um desenho para cada parte. Depois de escrito que as imagens foram sel...

    Amanheci com aquela urgência no peito, aquele desejo invadindo a mente de ansiosos pensamentos, uma previsão de tempo sem a menor sombra de reconhecimento. Amanheci achando que tudo era perda de tempo, que nem ao menos eu seria algum tipo de conceito. Acordei com a mão segurando o próprio aperto.     As palavras ditas rondaram a incompreensão que sobe a espinha em sinal de desilusão. O desconforto deveria ser o aviso da partida, e não o costume ensurdecedor da própria ruína. Seria o meu olhar a sina do desepero? Sempre penso em como é possível tudo o que apenas eu vejo, sendo que não acho dom e nem defeito.     Passei o dia sem entender o conceito de tempo, o relógio rodou e eu não me dei por satisfeito. Quando será o momento de recolher toda a percepção desse sem jeito que algum dia se materializou em sujeito? Deixei a noite chegar sem conseguir perceber o tempo passar. Seriam essas as horas que jamais conseguirei recuperar?

Eu errei o tempo? Calculei mal esses momentos? Será que deixei algo para conserto? Me envolvi em pensamentos Deixei o excesso virar vento Perdi a forma e saí do aperto Alguém vai ouvir o meu concerto? Entender de onde eu venho? Escutar os meus lamentos? Achei ser puro defeito Mas pureza só é passível de conceito Então deixei-me isento Perderei em algum momento o medo? Encontrarei algum teto? Ou a vida será essa falta de limite do infinito? Eu errei o tempo Calculei mal o vento Me soltei quando deveria estar por dentro

     Oi gente resiliente 🥴 Vim aqui com curiosidades sobre a obra “Contos de amor”, que está sendo impressa no momento.      Eu ia colocar esse livro na plataforma do wattpad, mas vi um concurso e decidi inscrever ele. O concurso não era tão o perfil do livro, mas quis arriscar, e ainda bem que ele não passou hahaha, pois achei as alterações que foram feitas depois essenciais para o que queria comunicar com o livro.      Todas as personagens do livro são lgbtqia+, mas não quis deixar essa discussão como pauta central de todos os instantes (daquele jeito em que isso tem que ficar sendo explicitado o tempo todo, sabe?), queria que ela fosse um atravessamento dentre vários outros que, sinceramente, não acontecem de maneira separada, como apenas mais uma singularidade da vida.      Sabe essa coisa esquisita de que apenas algumas pessoas tem que “sair do armário” (revelar a sua sexualidade-identidade de maneira "pública")? Por que ...

    Como ousas deferir esse tipo de julgamento para cima dos meus conceitos? Como ousas considerar a própria existência mais válida do que a minha experiência? Sabe, houve um tempo em que até me incomodaria mais com a sua arrogância, mas atualmente considero a sua burrice um divertimento surreal sobre esses tempos insanos. Eu tentei ser mais amena, mas é tanta incoerência que o vômito me escorre pela garganta antes mesmo que eu consiga segurar o impulso do repúdio.     A sua troca de papéis é a mais esdrúxula mentira com a qual tenta se iludir, fingindo merecer um lugar mais elevado, julgando todo o qualquer ser, justamente por achar qualquer, afoga-se na arrogância do merecimento que acha do seu domínio ser. Não consigo nem explicar o asco que me dá.     E agora sorri, falando que prega por algo, mas dizendo que todos tem a liberdade de escolher, deixando extremamente claro que a escolha só pode acontecer se for longe de você, pois sob o seu domínio, os pe...

    Oi gente! Seguimos com mais uma curiosidade sobre a obra "E assim falou mamusca" enquanto o livro está sendo impresso ^^     A narrativa da obra se divide em capítulos-facetas da personagem, que surgiram a partir da reflexão do conceito de biografema do autor Roland Barthes. Estudei este autor no processo do meu TCC de graduação em Dança, quando apresentei uma obra escrita-dançada autoral, uma performance que era um biografema. Na época peguei frases das escritas que fazia no blog e escrevi em pedaços de voal coloridos (pensa na dor na mão!). Você pegava na entrada um tecido embrulhado, com umas jujubas dentro que lembravam a minha infância, e lia o texto escrito nele, para então experienciar esteticamente a performance.     "O biografema faz daquele que lê e escreve uma vida o próprio dramaturgo desta vida. O que ele registra não é a verdade desta vida, mas a verdade de um encontro com esta vida" (Costa, 2011 - Estratégias Biográficas). Adoro esse conc...

    Era bem eu quem precisava aparecer por aqui hoje! Mas a vida é uma caixinha de surpresas mesmo, quando a gente acha que não vem mais nenhum defeito, aparece a enxurrada do vomito alheio. Uma das coisas que mais tenho pavor é essa falsidade compulsória, essa obrigação e esse dever que precisamos aguentar pessoas que fingem uma realidade na sua frente, e vivenciam outra faceta nas suas costas, só porque está estabelecido nas regras sociais, sanguíneas, parentais, históricas e afetivas que é assim que deve ser. Aí, quando você menos espera, aquela pessoa que tanto diz que te ama, está falando coisas de você sobre as quais nem tem conhecimento, propagando uma concepção baseada na ilusão. Diferentes percepções sobre a vida é uma coisa, agora, desenvolver um discurso na sua frente e aplicar o completo oposto nas suas costas, isso tem outro nome. Mas a liberdade de expressão é falar o que bem entendo e sobre quem nem entendo! Claro, essa composição de ódio destilado sendo fo...

    Frequentemente penso no que muda, nas certezas das coisas que vinham, mas parece que entramos em uma linha de tempo alternativa, um universo paralelo todo ao reverso. O que aconteceu no caminho? Será que perdemos o rumo, ou mirávamos em uma paisagem que nunca fez parte desse caminho?      Às vezes penso no quanto fui muda, em que momento deixei-me ser muda, calando os desejos, as dores e os aconchegos. Teve um momento em que a fala começou a se debater, a tentar aprender a convencer, mas já haviam a convencido de sua inadequação, então ela achou que era um grande empurrão.     Chegou um momento em que corri, tentei chegar o mais longe possível, mas acho que atingi o limite do impulso, tentei ir alto e retornei dando com a cara no mundo. Acabei descobrindo que sabia falar, mas não sabia muito bem o que queria articular, guardei tanta coisa que nem sabia por onde começar.     Então quando voltei, quando o impulso virou rebote, quando me rev...

O que resta de mim Em essência Não é mais potência É descarrego sem fim Do tempo que calei Das feridas que não curei O que resta de mim Com toda essa turbulência Com a morte das minhas carências São esses papéis com fim Findando a minha disposição Terminando com essa relação O que resta de mim Organizado para as intransigências Cuspindo nas exigências É a culpa desfeita De todas as mentiras que me contaram Das incompetências nas quais me aprisionaram

Olá pessoas! Seguimos com mais curiosidades sobre o processo de criação e escrita da obra “Contos de amor”. Em diversos momentos durante a minha vida eu me perguntei se realmente sabia amar, com todas essas cobranças e relações românticas compulsórias, e com o fato de eu não atender essas expectativas, eu acabava entrando em um lugar de anulação e desmerecimento, como se eu fosse menos por não atender essas expectativas, como se o meu papel de útero não estivesse plenamente desenvolvido. Ficava realmente com uma grande confusão em relação ao que era essa normalidade. Eu genuinamente amava as pessoas ao meu redor, mas o meu objetivo principal nunca foi ter um casamento para cumprir um checklist da vida. Quando escrevi esse livro quis falar sobre as diversas formas de amor e toda a potencialidade dessa palavra. E você, já amou genuinamente? Ou só compulsóriamente, na obrigação das relações?

    Engana-te se pensas que ficarei eternamente nos teus conceitos, se consideras os meus desejos como mera imaginação, como uma supérflua imaturidade que virá a ceder à sua certeira previsão manipulativa. Seria apenas esse o equívoco se não continuasses a sub catalogar a minha espécie, considerando-me à beira da humanidade, se é que ainda em alguma maneira eu retenha qualquer proximidade com essa superioridade.     Sub humana, consideras-me menos do que qualquer qualidade que descartas pela orelha, serei então, com o meu maior prazer, todo o acúmulo do que achas não ser. Quando não for mais possível realizar a própria elevação, quando se deparar com toda a potência de construção tão oposta à tua vã destruição, espiarei insólita a próxima onda de violência que virá para mais uma vez tentar manter-me presa. Quando aprenderás?     Então encerremos por aqui, se segues com a tua amada ilusão ficarei sendo o descarte da concepção, a realidade que podes igno...

Quem era ela Aquela O pronome que nem possessivo era Quem dissera Sem espera Toda a luta da própria esfera Quem era Cadela A própria arma durante a guerra Quem quisera Austera Que o túmulo não fosse dela

    Cansei de procurar um lema que se encaixe em estado de graça com todo esse panorama de demência. Você que me poupe, mas o discurso de desgaste da própria essência só cabe para quem consegue passar alguma competência acadêmica, pois o resto tem apenas a sorte a existência, então a sua compreensão não entra nem em questão. Há quem queira fingir uma igualdade em toda essa capitalização de saberes, apenas para vestir-se moralmente do manto da humildade, mas sabemos que não existe nada mais arrogante do que ser humilde, pois se tudo está em pé de igualdade, então não é preciso considerar nada, mas essa própria reflexão sobre igualdade parte da concepção da diferença. Há quem diga que eu divago em incertezas, mas já faz tempo que parei de buscar esse conceito, sigo bem parcialmente na coerência, pois é o que faz sentido, assumir a própria escolha com relações de causalidade e temporalidade. O modelo de sociedade segue na percepção da sua coerência sobre a insanidade, é por isso ...

      Olá pessoas que me acompanham por aqui!  Enquanto aguardamos a impressão e materialização dos livros "Contos de amor" e "E assim falou mamusca", vou compartilhando algumas curiosidades sobre os livros e os processos de escrita.     "E assim falou mamusca" era inicialmente um ensaio sobre as relações do feminino - em toda a amplitude do significado de feminino - no âmbito familiar, através das configurações, marcações e identidades desse contexto. Ele era, e ainda é, um livro bem pessoal, pois veio da angústia e da necessidade de falar sobre certas coisas, principalmente aquelas que "não podem" ser ditas, aquelas questões silenciadas, mas que nos marcam profundamente.     Eu estava na percepção da potência que é compartilhar isso com outras pessoas, como isso trouxe afeto, rede de apoio e a desculpabilização das minhas percepções (sabe quando chamam a gente de louca, quando te perguntam se não é só coisa da sua cabeça, se você não está exage...