Para quem começou a semana com o bonde andando... Hoje é segunda Acordei na madruga Sambei a macumba Peguei caxumba Caí numa tumba Bati minha bunda Vi o bumba-meu-boi Para qual só dei oi Quando se foi
Ela só via olhos pedintes, implorando por um segredo, por uma palavra que fosse dentro dos seus modos, por um desejo, lacrimejando para tentar desembaçar o que poderia estar impedindo-os de ver aquilo que estava tão longinquamente na sua frente. Tão próxima do toque ela estava intocavelmente sumida de si. Ela ficou tão grande por dentro e tão pequena por fora que não conseguia se achar nessas divergências. Escutou as palavras mais doces a violentarem incansavelmente, viu o que não conseguia manter perto. Seus pulsos não paravam de se deslocar de tão forte que ela se prendeu em seus medos e frustrações. Atada em suas inseguranças não conseguia tocar esses olhares pedintes, não conseguia dar algo em troca, sentia-se um reles troco, um pouco de algo que se tornara completamente diferente do menos que ela estava. ...
O desespero lhe amassava a cabeça quando as coisas não lhe deixavam ir. Ela só queria se livrar do que lhe pregava ataques de pânico, daquela monstruosidade desfigurada que, enlouquecidamente, desaparecia para deixar a felicidade lhe corroer as têmporas e a leveza escorrer ossos abaixo, para então, afundá-la em sua insanidade e deixá-la colidir com os problemas que os outros colocavam para lhe aterrorizar as verdades e comodidades. Disparavam-se surtos que incendiavam tudo o que podia dizer algo sóbrio em si e de si, tudo que podia levá-la para longe, tudo o que podia deixá-la longe. A cada surto uma parte de si aguentava menos, uma parte de si a deixava para ser menos. A cada descida menos dela subia, mais o nada deixava de existir, puxando tudo o que podia se agarrar a ela para que sua sanidade não a carregasse, que todo o seu peso tombasse e tudo o que era desmoronasse, sem que ruínas sobrassem. ...
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