Autorretrato - Engano
Engana-te se pensas que ficarei eternamente nos teus conceitos, se consideras os meus desejos como mera imaginação, como uma supérflua imaturidade que virá a ceder à sua certeira previsão manipulativa. Seria apenas esse o equívoco se não continuasses a sub catalogar a minha espécie, considerando-me à beira da humanidade, se é que ainda em alguma maneira eu retenha qualquer proximidade com essa superioridade.
Sub humana, consideras-me menos do que qualquer qualidade que descartas pela orelha, serei então, com o meu maior prazer, todo o acúmulo do que achas não ser. Quando não for mais possível realizar a própria elevação, quando se deparar com toda a potência de construção tão oposta à tua vã destruição, espiarei insólita a próxima onda de violência que virá para mais uma vez tentar manter-me presa. Quando aprenderás?
Então encerremos por aqui, se segues com a tua amada ilusão ficarei sendo o descarte da concepção, a realidade que podes ignorar com todas as regras que foram feitas para te beneficiar. Sigo na imperfeição, não porque não me resta mais opção, e sim porque é onde consigo construir as bases para a tua destruição, mesmo que não seja apenas tua especificamente, mas sei que o teu ego compreenderá a desestruturação desses tempos onde o seu domínio corre solto como uma ofensa pessoal a sua limitação em existir.
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