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Mostrando postagens de outubro, 2014

Nó em pingo d'água - Libra

Quantas vezes de mim duvidei Quantas vezes eu não te deixei Vi o seu dedo culpando a minha cara Vi o seu rosto julgando a minha fala Me perguntei se era justo Carregar as feridas dos seus olhos na minha imagem E desisti de me comprometer com explicações Em vários momentos permaneci em silêncio E não deixo de levar a culpa Não sei até hoje se realmente sorri Não sei o que vi O que lembro me atormenta O que ignorei me faz magenta Essa hipocrisia nojenta Em silêncio me deixei permanecer Trêmula, solúvel Me dilui nesse caos E me tornei um vírus Acho que errei o meu caminho Continuo achando que isso é só um desvio Continuo ao vento Continuo nesse relento Continuo sendo esse tormento

Hipo(crê)sia - Papagaiada, a conversa das aves

Por todas as vozes que já exigiram ensurdecer os meus ouvidos, deixo clara a minha preocupação com a sua falta de juízo, a sua coleção viva de laticínios que não te deixa enxergar outros seres humanos nesse mundo. Se você deixasse de ser o que é, veria o quanto está se vendendo para esses porcos donos de vacas. Se você não fosse tão sujo conseguiria ver a sua cara de escória manipulada pelo belo espelho com o qual fingem lhe presentear. A minha intenção não é te desmerecer, mas a cada ofensa que vejo você espalhar pelo mundo, na sua maneira inconscientemente aleijada e hipócrita de pensar, sinto-me no direito de acumular um pouco de repúdio, levemente raivoso. A sua escolha pode ser tão estúpida quanto desejares, só não se esqueça de enfatizar as mentiras que lhe jogam nos olhos, é para isso que você anda servindo. Aponte seu dedo para todos os outros, mas fique sabendo que você está cometendo o mesmo erro cujo qual julga estar sabendo. Desculpe a minha descrição, não vou conseguir ser...

Autorretrato - Capítulo Quarenta e Dois - O intruso

         É típico desse momento o seu comportamento, esse apego absurdamente inexplicável, inviavelmente justificável. Chega a ser ridículo te ver nessa posição, um tanto que ninguém consegue entender. Essa sua relação serve apenas para a sua sobrevivência. Acha que eu não sei disso?! Eu vejo a sua alucinação de piedade melhor que o seu constante devaneio. Não me perco nesses redemoinhos que você inventou, chego ao máximo a me nausear, não muito mais.         Estou aqui para ser a sua salvação, para te fundir na minha escuridão até que você se perca no meio da multidão que eu apaguei. O que a sua banal esperança achou foram as palavras que você nunca conseguiu explicar. A sua morte foi apenas mais lenta, camuflada com as besteiras que nos enchi todos esses dias. Se você não tirou uma palavra de mim foi pelos meus cálculos exatos e obsessivos, que conseguem racionalizar até o ponto que eu não me comprometo.   ...