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Mostrando postagens de setembro, 2014

Nó em pingo d'água - Cruela Cruel

Não queria ser tão cruel Mas acho que em minhas veias corre fel Queria controlar os meus acessos Não queria te violentar com o que me matou Peguei-me cometendo os mesmos erros Peguei-me te trucidando Deixei a minha boca dilacerar as suas palavras Fiz das minhas cicatrizes os seus cortes Irrompi o seu cuidado com a minha raiva cega Fui me afastando Com medo dos meus erros Com náuseas da minha brutalidade Te matei com toda a minha sinceridade Te violei com a minha descontrolada crueldade Eu não queria ser assim

Hipo(crê)sia - A causa da náusea

Foram os dias em que nada fez sentido e tudo adoeceu nas dores que me desnutriram. E não sei o que me fez parar já que sempre me obriguei a continuar, não sei qual idealização se fez escutar já que sempre fizeram questão de me explicar que o mundo que sonho nunca vai me alcançar. Quis matar com todas as forças que consegui encontrar a sua covardia que veio me afogar. Quero que suas opiniões te explodam nas mentiras que você acha que consegue me vender, que acha que vai me convencer. Fico pensando no que vale o preço que eu pago, pois sei que suas mentiras destratantes já não me fazem chorar, e não me convencem a mentir, nem ao menos tentar sorrir para te enganar, ou tentar jogar algumas palavras que te ajudem a levantar, se olhar no espelho e vomitar. Já não consigo me entender nesse contexto que parece não me conter, não vejo disposição sincera e muito menos um ser que me agrade. Eu minto para mim dizendo que é tudo isso que eu não entendo, mas a verdade é que vejo a podridão que é aq...

Autorretrato - Capítulo Quarenta e Um - De nada

         Eu fui o pouco que me deixei ser. Foi exatamente isso que fiz de mim: um pouco, uma, irrelevância, uma insignificância. Tanto foi e tanto fez que já escutei que sei. Ah! Você nunca deu trabalho, sempre tranquila, com ou sem companhia.         Acho que só o tempo passou, e eu perdi o bonde, perdi um monte. Quando raramente me dou conta de que tenho uma cara, vejo que tenho olheiras, marcas discretamente fixadas, vejo olhos murchos, e um sorriso fingido, meio comido. Vejo-me caída.          Virei um veneno escorregadio que infecta todos os cantos, malignamente dócil, hipocritamente corrompido. Essa inexpressão é porque eu tanto faço de tanto que fiz. Já me destruí a ponto de não tentarem me recolher mais.         Só que eu não fui com o tempo, mas não me viram passar, viram desaparecer. Eu consumi todas as minhas reservas que acabei tendo qu...