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Mostrando postagens de agosto, 2012

Autorretrato - Capítulo Vinte - Vazio reflexível

         Dentre seus desesperos estava tudo comumente refletindo e questionando dentro de suas usuais variáveis. Porém, um instante de fala, que surgiu numa repentina sonoridade, fez sua boca gargalhar desesperadamente enquanto seu corpo tremorizava seu coração controladamente, palpitando-o num susto que se prolongava.         Não fora nada aterrorizante que fizera uma dor de cabeça pontuar suas têmporas, um desejo de choro, que nunca se realizaria, permear seus olhos, uma dor pressurizar suas glândulas, e um frio tremelicante texturizar seu corpo em calores específicos.         Ela estava inexplicavelmente sentindo um momento desestabilizador cujo não sabia direito o que acontecera. Todo esse descontrole sensorial a fazia refletir intensamente sobre coisa alguma, soando como um desesperançoso existencialismo.         Às vezes desejava poder voltar a se...

Autorretrato - Uma passagem

         Eu vi o forte e resistente mármore entre as tentativas de sobrevivência da rala vegetação, que escorregava numa dolorosa convenção de guardarmos o que se foi em um local estipulado a ser um frio apoio coletivo ao choroso individualismo sensível.

Autorretrato - Capítulo Dezenove - (In)tensão em convite

         Por um caloroso "que legal!", fui movida por intencionadas convenções sinuosas até o destino de algumas extensas horas reflexivas meio as apreensões do meu passivo respeito e minha cruel aceitação ingênua. Ao chegar fui recebida por finas vozes brutais que sancionavam o mundo com seus sorrisos amarelos e olhos punidores.         Era um extenso papel com inúmeras letras miúdas, e, um por um, os resplandecentes rostos com seus vivos olhos ingênuos eram repudiados e dilacerados por criaturas hegemônicas dominadoras com aqueles repugnantes sorrisos amarelos que se orgulhavam em transformar aquelas espontâneas vivacidades em obedientes choros engolidos.         Cercando todas as possibilidades de liberdade, as orgulhosas meia-idades, impacientes, repreendiam até o vento que circulava nas oxigenações com suas crenças retrógradas, impositivas e inflexíveis, que me transportavam para a id...

Autorretrato - Capítulo Dezoito - Explicável incontinuidade

         Dormente, ela partiu num surto desesperado para fugir de si; nem ela se aguentava mais sendo esse pavor desconcertante. E como se não bastasse o caos, ela se jogou num longo terreno cortantemente espinhoso, com chamas que a queimavam controladamente até fagulharem seus complexos medos, aterrorizando a carne que queria ser vento.         E partindo ela continuou mais uma vez, pelo mesmo caminho, tentando se convencer que conhecia um abrigo, com insistidas repetições sociais de obrigações que ignorava. Ela não mentira para si, sabia e achara o abrigo, mas a cada vez que voltava sua inospitalidade aumentava como uma afobada exponencialidade do desespero solitário que sua pseudoliberdade pensante conquistara.        Obrigando-se a chegar, obrigando-se a ficar, obrigando-se a sorrir, obrigando-se a ser, e obrigando-se a viver ela vivia, chegava, ficava, sorria e era, por instantes, tudo o q...