Os limites do tempo
Havia acordado naquela manhã com o desconforto no limite da pele para o mundo, como se uma explosão pudesse acontecer a qualquer instante e colocar tudo o que já estava perdido à inexistência. O coração se apertava como se não tivesse a capacidade de sobrevivência. Caminhando olhou para seus pés e mergulhou na sensação de que sempre estava dando os mesmos passos. Eu já passei do limite da exaustão faz muito tempo. Por que o meu colocar de pé um atrás do outro não me leva a lugar algum? Aquela sensação de limbo divagava no ar. Aonde é que se quer chegar ao caminhar? O movimento só se dava porque estava nessa existência da vida, sem mais projeções, era apenas mais um dia a ser vivido. E em algum lugar ficava aquela pergunta escorregando no ar sobre com quem pode se partilhar essa desesperança. Não existe mais tentativa de resolução, seria porque agora havia a compreensão de que não existiam coisas para serem resolvidas, era assim que...