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Mostrando postagens de junho, 2022

Ah, minha amiga

    Ah, minha amiga! Hoje a poesia é para você, que tão lindamente fez parte do meu viver. Queria não sentir tristeza, queria me despedir sorrindo com a mesma leveza com a qual conversávamos esses dias, mas que mentira seria, sorri chorando, feliz e aos prantos, porque você merece esse tipo de despedida, intensa e doída.     Esses dias estava pensando em você... e era sempre assim que começávamos a nos corresponder, como se uma força muito maior sempre nos conectasse de volta, só para lembrarmos do quão belo é partilhar essa existência. Fiquei me despedindo, dizendo que você pode ser toda a sua potência de luz, que você pode brilhar e continuar tendo um espaço no meu coração.     Ah, minha amiga querida, fico lembrando dos nossos primeiros encontros, de como sempre a partilha foi profunda, você era uma luz que me guiava com sábias palavras e caminhava ao meu lado de mãos dadas. Quanto tempo passou, o quanto a gente mudou, mas nem distância e nem alternância...

Autorretrato - Monetização

    À medida em que repensamos o fluxo da vida, adentramos uma nova ferida, a possibilidade de alguma partilha que seja em alguma instância menos corrompida. Não sei se é atraso partilhar os conceitos de impacto sem algum tipo de pacto, sem a possibilidade de alguma cobrança por essa dança. O que mais vejo é a monetização da própria ignorância. E afinal, a quem cabe essa importância?     Estava caminhando pelo destino, deixando a vida ser algum tipo de estadia, um mar de acontecimento, mas toda parte parecia fuga desmedida, como se precisássemos sempre de saída, não bastando apenas estar na vida acontecida. Parece que a renda vem na prioridade do que se tem, como se isso definisse quem é ninguém.     Senti essa parcela da vida nela, naquela que explorou a venda da própria importância. Será que isso é inveja ou ganância? Parece que para ter eu não deveria tanto ceder, deveria cobrar até instância do ser. Não acho muito justo esse modo de viver. Talvez precis...

Hipo(crê)sia - Desprezível

Despreze Entenda então pelo que preza Se é que você reza Considere-me desprezível Contendo o seu ódio plausível Como a desculpa pelo inatingível Por tudo o que você considera fora Por toda a responsabilidade que manda embora Pois não assume a própria forma O asco Isso que acha desprezo de fato É apenas a imagem de si que não quer ver Pois se considera tão capaz de entender E juro que rezo, meu caro Pra ver se um dia te lasco Se te mando longe na força do casco Só para dessa ânsia Te desfazer E despreender Para que despreze A necessidade de ser o centro da superioridade