Ah, minha amiga
Ah, minha amiga! Hoje a poesia é para você, que tão lindamente fez parte do meu viver. Queria não sentir tristeza, queria me despedir sorrindo com a mesma leveza com a qual conversávamos esses dias, mas que mentira seria, sorri chorando, feliz e aos prantos, porque você merece esse tipo de despedida, intensa e doída.
Esses dias estava pensando em você... e era sempre assim que começávamos a nos corresponder, como se uma força muito maior sempre nos conectasse de volta, só para lembrarmos do quão belo é partilhar essa existência. Fiquei me despedindo, dizendo que você pode ser toda a sua potência de luz, que você pode brilhar e continuar tendo um espaço no meu coração.
Ah, minha amiga querida, fico lembrando dos nossos primeiros encontros, de como sempre a partilha foi profunda, você era uma luz que me guiava com sábias palavras e caminhava ao meu lado de mãos dadas. Quanto tempo passou, o quanto a gente mudou, mas nem distância e nem alternância foram capazes de não nos deixar recordar dos nossos momentos, do caminho e do crescimento.
Como eu vou sentir falta de ouvir as suas previsões intuitivas da vida. Parecia que você sempre sabia. Eu sei que é egoísmo, mas vou precisar guardar um pedaço de você, mesmo que você se vá, e sei que nesse caminho não te faltou marcas a deixar. É isso que dói mais, saber que parte de mim não consegue te deixar.
Nesses últimos dias que pensei em você, não me veio uma beleza dessas que todo mundo tem certeza, só me veio a imagem do que precisava ser feito. Precisava me despedir, precisava te deixar ir, se isso é o que era necessário para esse momento. Pensei no que ainda queria compartilhar, então combinamos que te mandaria as minhas últimas escritas. Parte de mim tinha urgência, parece que sabia do tempo que estava por ir, cheguei a pedir que por favor desse tempo, mas eu não entendo muito bem esses contratempos.
Mesmo que não querendo, foi a melhor despedida, poder ouvir a sua leveza e a sua alegria. Eu só me perguntava: como consegue fazer tamanha beleza do que parecem ruínas? Ah, mas tinha que ser você mesmo minha amiga, iluminando tudo aquilo que ninguém via. Não sei se algum dia vou aguentar ter uma parte dessa força que você carregava com tanta maestria.
Preciso ainda te dizer que só tenho a agradecer, mesmo com lágrimas nos olhos, dor na garganta e o peito afundado. Obrigada por partilhar parte desse viver, por me dar um último conselho para acalentar o meu coração, por todo esse caminho que pudemos trilhar. Eu precisava de mais essa escrita, precisava lembrar todos os momentos em que você se fez presente, e como é doida a vida, você esteve em cada mudança dessa minha andança.
Obrigada por aquela primeira conversa, por partilhar que estava pensando em mim. Nosso encontro não foi acaso. Nosso encontro não pode se medir nesse tempo-espaço. De tudo, agora só consigo dizer que eu te amo minha amiga, obrigada por essa vida.
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