Autorretrato - Monetização
À medida em que repensamos o fluxo da vida, adentramos uma nova ferida, a possibilidade de alguma partilha que seja em alguma instância menos corrompida. Não sei se é atraso partilhar os conceitos de impacto sem algum tipo de pacto, sem a possibilidade de alguma cobrança por essa dança. O que mais vejo é a monetização da própria ignorância. E afinal, a quem cabe essa importância?
Estava caminhando pelo destino, deixando a vida ser algum tipo de estadia, um mar de acontecimento, mas toda parte parecia fuga desmedida, como se precisássemos sempre de saída, não bastando apenas estar na vida acontecida. Parece que a renda vem na prioridade do que se tem, como se isso definisse quem é ninguém.
Senti essa parcela da vida nela, naquela que explorou a venda da própria importância. Será que isso é inveja ou ganância? Parece que para ter eu não deveria tanto ceder, deveria cobrar até instância do ser. Não acho muito justo esse modo de viver. Talvez precise aprender a monetizar tudo o que venho a fazer.
Sentei com o peso em cima do meio fio, e me perguntei em qual trama perdi o fio. Deveria seguir o padrão da ação em monetização, deveria desistir da leveza que queria fazer existir. Talvez eu devesse mesmo aprender a me medir, mas me disseram que régua não dá trégua, e eu ainda preciso caminhar mais que uma légua.
Então estou aqui para deixar ir, qualquer sensação que achei vir, fosse peso ou leveza, escuridão ou incandescência, deixo que seja tudo o que pode partir. Ainda não consigo encontrar esse valor rentável para a importância, acho que prefiro ficar nos extremos da inconstância: ora excesso de esperança, ora tudo o que se diz desesperança. Sigo por aqui, sem saber o que atrair.
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