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Mostrando postagens de março, 2016

Nó em pingo d'água - As cores dos poucos

Não cabe em mim mais uma tristeza Então façamos algo desse pouco Criemos uma beleza muda Todos se aproximarão Mas poucos ouviram o som da sua própria loucura Naquela flor que nada cheira Deixemos os esquizofrênicos verem gentilezas E caminhemos Com os corações em desespero Por mais um doce relento Pois de tanto Não cabe mais em mim

Autorretrato - Capítulo Cinquenta e Um - Cristal

         Pendure mais um pedaço da sua alma nesse cabide de horrores sociais e enfie goela abaixo mais um chá da verdade absoluta, todos os seus perigosos questionamentos a deixaram em segundos, é só esperar que a absurda opressão mate todas as suas ideias. Oh minha querida borboleta, só os livros infantis que conseguem ver a sua beleza! Aquela mentira que chamamos de ludicidade é prolongada nas mais descaradas ilusões, e seu doce cor-de-rosa apodrece até que a mariposa repleta de escuridão seja a sua nova face.         Chego a me engasgar na minha própria gargalhada, essa inocência com que vocês chegam aqui passa do ridículo, chega a ser um feito humorístico. Vocês conseguem vir cada vez piores para esse mundo. Afogue a sua genialidade na bebida que te entreguei ao anoitecer, pois mais uma alienação vai lhe fazer bem à noite, os anjos caíram para dormir contigo. Tudo isso é maquiavelicamente lindo. Um dia você terá a capacid...

Autorretrato - Capítulo Cinquenta - Do amor ao ódio

Por você, meu bem querer.         Nunca foi aquela pessoa fácil, mas sempre soube enganar, o mérito da sua simpatia vem da mais rude falsidade, inescrupulosa e malcheirosa.         Se você soubesse o enjoo que me faz ter, eu não estaria mais viva, um monstro você me tornaria. Mas tudo começa com uma desonesta bem feitura, daquelas que vangloriam serem unicamente especiais. Não te tiro o mérito, mas te devolvo essas duras falcatruas.         Há um convencimento de ternura que envolve o pobre numa submissa compostura. E você, fazendo questão de ter essa cara de filha-da-puta, constrói o ardiloso caminho da sua vitimização.         Sempre vai do amor ao extremo ódio, ditador da boa postura. Não existem sobreviventes no seu campo de batalha, apenas você caído ao chão, mutilado. Sem razão e sem emoção, você não tem mais sanidade para achar outra ...