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Mostrando postagens de julho, 2015

Nó em pingo d'água - Platônico

Nuvem que desenha no chão Que voa E deixa na terra uma escuridão Uma sombra pisando no chão E uma leveza flutuando na imensidão Nuvem Massa de algodão Realidade virtual Inegável e intocável Pedaço de mundo mutável Localização inabitável Conexão flutuante Pedaço de mundo ambulante Triste idealização Detentora do mundo da inexistência Pobre sonhadora iludida Pois na escuridão Sua falha ligação com o mundo Anda sumida Sem propósito e sem vida E ao nascer do dia Fica na sua tela em branco Uma pergunta exclamativa Tenho eu um propósito de vida?!

Autorretrato - Capítulo Quarenta e Seis - Pequeno conselho

         Doce ruído magenta, fuja das cores que te confundem com a mundana comodidade que impede o amargo gosto da plenitude invadir as cabeças alienadas. Não se julgue melhor, mas não cometa o erro de se julgar pior, pois este é a deixa para a venenosa maldade invejosa te atropelar lentamente. Não se acorrente ao passado e nem ao presente, pois essa vida é fugaz, e estamos atrasados um segundo para estar nesse mundo.         Se todos os conceitos que você compreendeu não entender te fizeram solidão, aproveite para se abrigar na ilusão, isso vai fazer a vida te deixar em paz na sua extrema agonia. Afinal, para estar assim como está, você já conseguiu captar quão voraz são as nossas próprias inquietações, e quanto mais silêncio buscamos, mais nos desconcertamos com os absurdos que aparecem silenciosamente em um terror inatingível a nossa frente.         Deixe as indagações sociais te cobrir...

Hipo(crê)sia - Pesadelos

Desse mundo não me cabe a sujeira ilustrada nesse bando de aparências, pois não me conforta a imundice camuflada de sucesso. Não me convencem esses pratos muito bem lavados, esse excesso de branco que vira escuridão no piscar da emoção. Desse mundo não me cabe esse aperto de modelagem, essas manias de rotulagem, esse exagero de camuflagem. Não me convêm essas tabulações precárias e alienadas, esse absurdo atualizado. Essa tendência às desavenças bipolares, onde se encontra o cúmulo da maldade, nunca conseguiu me mostrar a certeira verdade em sua corja de desigualdade maquiada. Acho que posso até estar errada, mas não me contento com nada disso, ou com tudo isso. Cansa-me essa mania de vaidade, esse falso feminismo injetado com status de polaridades consagradas. Já pensei em um mundo que não separa os moribundos, algo mais humano que parece há muito já ter sido esquecido. Só não o fiz existir, pois me submeteria a todos os mundos, irônico egoísmo. Aí, morreria, maldita e mal vista. Nada...