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Mostrando postagens de junho, 2013

Hipo(crê)sia - O discurso do contra do modelo do contra

Você nunca escutou que ao romper um paradigma você descobre outro?! Ao dissolver um padrão de movimento dominante você dá lugar a outros?! Ao discursar sobre singularidade, ao defender que eu não preciso gostar de rosa, é contraditório querer todos se comportem da mesma maneira, no mesmo lugar, sem a cor da rosa. Têm-se funções, formatos, formas e conteúdos diferentes, é ridículo querer que todos pensem igual, pois este, teoricamente, é o seu discurso modelo, melhor e não alienado. Não alienação está na consciência dos seus atos, da sua função. Você realmente acha que uma marcha de ovelhas trabalhadoras é tão diferente de uma marcha de protesto?! As duas se assemelham na falta de singularidade, em um coletivo onde as semelhanças são maiores. SIM! Os motivos são diferentes. SIM! As opiniões são diferentes. SIM! São duas coisas diferentes, e como você se julga apto a afirmar a falta de consciência dos outros, em qual marcha você está? Na que vai ou na que fica? Um sistema possui partes d...

Autorretrato - Capítulo Trinta e Quatro - O que o tempo desgasta quando não se é passagem

         E se de tanto ficar quieta ela desaprendeu a falar?! E se ela não consegue mais viver nesse mundo sem se esbarrar em cada segundo que passa?! A cada medo que vaza, um tremor tira um pouco da sua força para se manter em pé, cada vez mais desesperos saltitam dentro das suas angústias, cada vez mais ela se sente menos capaz, como se algo estivesse errado, ela estivesse errada, como se tivesse entendido algo errado, e virou algo que não era para existir, algo que os outros não gostam, um problema que só incomoda. Ela entendeu as coisas erradas, todas as coisas, todas erradas.         Pelo seu desentendimento ela teve que ficar quieta, guardar seus desabafos para si, pois quem fez a confusão toda foi ela, e os outros não querem saber de si, sempre existem questões maiores, as suas questões são sempre maiores, as suas preocupações são sempre maiores, e essa superioridade tão vivida e sofrida sabe muito mais, e entende muit...

Nó em pingo d'água - A moral da história

        Um belo dia a moral, calmamente inquieta, estava perambulando uma curta história para passar o tempo. No caminho esbarrou nos arrogantes valores que, tão certos de sua importância, tão convencidos de sua riqueza, tão afirmativos de sua necessidade, grudaram-se no sapato da moral e a acompanharam, seja lá para onde fosse.         Então a pequenina continuou sua jornada com uma penca de valores. Pouco mais a frente encontrou os inquietos adjetivos, tão classificadamente estereotipados, que, um a um, seguiram-na ordenadamente pelo caminho. E assim continuaram: a moral, os valores, e os adjetivos.         Na diagonal do caminho eles viram as hierarquizadas funcionalidades, que estavam de mãos dadas com as tradicionalistas idades, uma tentando ser mais pomposa e sabichona que a outra, uma tentando cobrir melhor o papel de autoridade que a outra. Essas, aos pares, se aproximaram do grupo.         A...