Autorretrato - Capítulo Dezessete - Viagem estática pelo desfalecimento da solidão
Ela só estava fisicamente, e, finalmente, podia sentir o que estava afastando de suas camadas mais externas. O desejo que seus surtos pediam quando seus olhos tremiam estavam aterrorizando seus ossos com uma descontrolada fobia imagética; bastava seus pensamentos para que ela ficasse trancafiada a uma chave, uma mísera chave que acelerava seu pulso cada vez que girada; a cada som suas pupilas dilatavam como se um segredo se rompesse com suas fibras, revelando-a. Assim ela se encontrava, trancafiada nessa desesperada solidão que escolhera, criando uma angústia que lhe sugava todas as forças e a esmagava por dentro, criando uma carcaça que a implodia em suas convicções. Ela se trancou, pois sabia que sua tamanha fragilidade não aguentaria ter a pele tocada pela luz do sol e as feridas abertas pulsantes pela brisa do vento. Então ela se isolou por portas trancadas e c...