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Mostrando postagens de junho, 2012

Autorretrato - Capítulo Quinze - Vivacidade pálida

         A vida estava a dilacerando e suspendendo por sorrisos em instantes tão imediatos, que a temporalidade de seus sentimentos ficava sem conseguir distinguir a diferença entre momentos, pois seus olhos não enxergavam a diferença na ambientação do seu estado de espírito; eram cortes que custavam ir para o limbo pela dor na intensidade dos acontecimentos.         Todo o fluxo contínuo e contido que a permeava, e se tornava ela, confrontava-se com a instabilidade da mudança superficial, inútil em sua superficialidade de não atingir as profundezas. Ela parecia estar numa corda bamba, onde as pausas são mais instáveis que os desatinos surtos de movimento.         Entre todas as instabilidades, pareciam que dois polos, mais ou menos distantes, instauravam-se na necessidade humana de categorizar as coisas, como uma possível explicação de suas características; e nesse aspecto ela era bem hum...

Autorretrato - Capítulo Quatorze - Surtos de si

        As tristezas pontuavam seus espasmos em surtos incontroláveis de fraquezas sentimentais que pareciam quebrar brutalmente suas compreensões numa inexplicável   fragilidade que ela não queria ser, e, num jogo de esconde-esconde, ela alimentava essas fragilidades com suas dependências capengas e coerentes em seus tropeços.         As lágrimas faziam-na tremer seus sentimentos soluçados nos rasgos que as auto compreensões alheias fizeram nela quando, em suas corridas desordenadas, gritavam com os outros para se acalmarem, sem se compreenderem enquanto movimento latente no mundo.         E nisso ela fugia, fugia de si e do mundo, se afastando dos fatos nas suas dores, tentando ser menos dilacerada e se dilacerando mais, apenas para ter segundos de controle ilusório.         De tanto não querer ter uma forma delimitada ela se borrava co...