Autorretrato - Materialização
Quando a vida vai se materializando a partir dos desejos e pensamentos, uma parte de mim fica com medo. Vem uma sensação abrupta de estar caindo do penhasco, de não estar controlando os próprios desejos, de não saber os limites da própria expansão. Parece uma eterna contradição, ou talvez apenas duas vias da mesma mão.
Aquele momento em que não é preciso pensar, como se a matéria e o pensamento tivessem a mesma velocidade de manifestação. Gostaria de poder registrar melhor esses momentos, mesmo sem entender o tamanho do seu comprimento, gostaria de poder ser esse breve e eterno deleite.
Com a mesma velocidade em que tudo acontece, eu me desfaço por completo, perco o tamanho e o gesto, viro um grande nada sem limites. Como pode a matéria estar tão próxima do efêmero? Seria esse o conceito do meu enredo?
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