Autorretrato - Dúvida
Será que sabes, quando duvida, será que ainda confias em mim? Disseram-me louca, acusando a minha fala rouca, mas foi tarde demais, já estava cansada daquela encruzilhada que me colocava sempre a beira da estrada. Estava fora e dentro ao mesmo tempo, e detesto essas oposições contraditórias. Queria muito mais do que ficar calada.
Seria mania, essa sina, querer fugir de tempos em tempos da própria vida? Acusaram-me de injusta, logo quando saí da saia justa, quiseram apontar para a minha falta de jogo de cintura, mas a realidade é que mudara as regras para apostar no que me fazia desejar. Saí da zona do agrado forçado, afinal, já era alvo marcado, independente do resultado.
Agora que fique, aqueles entornos e imundices, seriam apenas a relva de toda essa tolice? Já havia dito que a partida não é um medo, o que fica de receio é a perda da soberania, aquele vício de ciclo que jamais ouvia. Entre ser alvo preso ou alvo solto, prefiro a distância que possa me fazer absorto, para divagar no próprio luar enquanto aquelas algemas tentam se fechar.
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