Hipo(crê)sia - Poder

    E se o que eu vim fazer aqui foi ter poder? E daí? Quem liga para um pedaço de gente querendo se dizer muito mais que carne, osso e um amontoado de veias cheias? Acho que não é a arrogância que sobe à cabeça, são essas ideias caóticas que descem pro corpo e fazem dali uma morada, mas o problema é que essa casa anda e causa estrago por onde quer que passa. Será que o desamparo é necessário? Parece que tem tanta casa cheia de coisa vazia, que até chego a acreditar que a contradição é a nossa condição básica, mesmo que no próximo segundo eu já não vá achar mais, acho que se não desachasse aí sim estaria perdida. E se que quiser me perder? Grande coisa que é se perder num monte de lugar que já foi achado, parece até mapa desenhado. Talvez só seja esse poder, poder estar e poder ser, talvez só essa seja a minha conquista, mesmo que dure até o final da vida.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Autorretrato - Capítulo Vinte e Nove - Os pedidos lacrimejantes

Autorretrato - Capítulo Trinta e Seis - Permanência oscilante