Autorretrato - Ó céus, ó vida
Olhei para o tamanho das minhas mãos e pensei que parecia ter mais veias que outro dia. Olhei para o céu e já não sabia mais se era dia. Será que serei essa eterna fadiga de pensamentos, como um acúmulo desenfreado de pensamentos efêmeros? Fico pensando onde será o lugar em que se acumula a razão, se é que algum dia chegaremos a sua conclusão.
Não sei se vai existir algum tempo onde o que sonho será completamente possível, mas outro dia olhei para outra pessoa na rua e refleti o meu passado, exatamente assim, como uma imagem à superfície, sem corresponder exatamente a algum outro lado. Seriam esses pensamentos poesia? Ou será que a gente quer acreditar em algo que vá além dessa vida?
Disseram-me tantas coisas, disseram-me tão boa de uma maneira tão esdrúxula, como se fosse um grande desperdício. Deveria ter me perguntado antes como é que isso é possível, quando seria meu acerto então? Como poderia ser tão boa se me deixavam? Parece que sempre chega um ponto em que não é possível me dizer mais nada. Acho que de tão boa, posso ser deixada.
Além de carregar essa excelência, carrego também uma cara de neném, então é um pouco difícil acreditar no que digo. Ás vezes penso que nada disso é possível, como se a qualquer instante eu pudesse simplesmente acordar, e quase no mesmo instante penso que talvez eu jamais acorde, pode ser que no fim disso tudo seja apenas a morte.
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