Hipo(crê)sia - Tava na minha
Olha, só vim dizer que eu tava lá na minha. Não pedi nada pra ninguém, e nem sequer me pronunciei. Só que toda essa besteira da vida veio mesmo assim. Já to falando isso que é pra parar de querer enfiar a culpa em mim. Eu normalmente penso que não entendo esse tipo de gente, mas com sinceridade aqui, a questão é que nem quero entender mesmo (provavelmente porque já entendo e vou acabar falando isso aqui). Não sei se existe um limite entre julgar e segregar, parece que são conceitos bem casados, mas isso pode ser feito com discernimento ou com valoração pessoal. Acaba que é quase tudo igual. Vai passar pelos valores de alguém em algum momento, e tudo bem. A diferença está aqui: você pode olhar para isso, e nada mais, ou você pode olhar a partir disso. Pode até parecer uma baboseira sutil de linguagem, mas acaba que não é nada sutil. Queria saber qual maquinário que se alimenta dessas noções turvas, como fica o funcionamento desse ser que escolhe o próprio privilégio para a sustentação de si mesmo (como se todo o funcionamento da sociedade já não estivesse fazendo isso). Eu tava lá na minha sabe, fui porque queria, e ia sentar no canto, com cara de participação, mas não deu. Não deu mesmo, porque já começaram dizendo que ali eu não pertenço, e te pergunto, que tipo de evento participativo é esse que você não pode participar (porque se não pertence não vai dar)? E quer saber mais? Toda essa sabedoria que colocam no pedestal, essa mesma do maquinário, só está aí porque gente como eu e você não podem pertencer. Viu? Mas mesmo assim, sorri e acena para o vídeo, porque cara feia registrada é falta de cooperação. Acho que acabei de falar nada com nada.
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