Autorretrato - Vontade

    A vontade não era ler, era arrepender, era fazer toda aquela margem topográfica deixar de ser. Mais uma vez, era época de terreno asfaltado, de concreto no meio do mato, era chegado o momento das incoerências. Sempre penso, quem é que sustenta essa potência?
    A destruição em massa segue solta, permitindo que as bruxas corram loucas, quem será que perde a razão, quem reclama ou quem dá a mão? Nunca foi sabido se esse seria mesmo o meu precipício, mas acharam que fazia parte do convívio.
    Mesmo saindo, não fui eu quem fiz o sentido, pois nunca é tarde para eu virar abrigo. Queria apenas algo que não fosse um vestido. Devia ser clara, mas quem me fez deixou-me farta. É prepotência, preparar a arrogância e servir na mesa. É o prato que não comeria com certeza.
    Ao fim das contas, veio para mim a despesa, e eu que me veja como parte da sentença. Quem diria, que a fala mal falada, a torta e atravessada, seria dessas, tão boa com as palavras. E agora, aquela vontade, é mais que um dia, é eternidade. Quem se rompam os ciclos, pois ela, agora, é de verdade.

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