Autorretrato - Quero saber
Vem cá, pode ser você mesmo, vem aqui e me diz que eu gostaria de saber: a quem cabe o poder? Vou perguntar isso porque já me cansei. De quem é esse querer que ressoa na minha alma, que fica falando na minha cabeça que não está certo as coisas assim, de quem é essa ideia de que todo mundo pode ser feliz? Eu já cansei dessa noção de poder, como pode ter gente que fica nesse manter, que sustenta esse horror sem o menor pudor? Até onde vai a habilidade da natureza para existirem seres assim?
Já disseram que esses questionamentos não significam melhorar, que devemos parar de julgar, mas para quem serve esse desinteresse de questionamento? Quais estruturas entram em pauta com essas perguntas? A compreensão que repousa no meu colo me diz que o foco não são as perguntas, mas elas servem para as ações, isso é uma clareza e uma certeza que não acho possível de opinião alheia. Fiquei pensando na ideia que me passaram sobre melhorar, o que isso significa para uma parte da população e que não significa para outra. Será que o jeito que me disseram é o jeito que preciso melhorar?
Amarraram-me um laço, inventaram um adorno para a restrição, disseram que era o novo padrão, e chamaram de louca quem não quisesse obedecer a essa encenação. Realmente, é loucura esse monte de pergunta sem causar o mínimo de reflexão. Quero saber a quem serve esse silêncio, qual seria o benefício de alguém carregar essa dor no peito, a quem serve esse sacrifício?
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