Autorretrato - Aperto
E quando o coração aperta demais, como é que a gente faz? Quando parece que a vida não tem mais alternativa, quando os planos não são nada mais que despedidas, como a gente faz pra ficar são, pra ficar inteiro, pra entender que o mundo está em constante movimento, mas parece que é só a gente que não sabe se sustentar por inteiro. E quando falta até espaço para ficar quieto e repousar no relento, pra onde a gente vai?
Será que é só esperar essa bobeira passar, será que a alam sabe se desafogar? Já me falaram pra parar de pensar demais, que essa vida nunca deixa a gente em paz, mas eu nem tinha perguntado se estava fazendo algo errado, acho que o conselho foi bônus por ficar por aí com os pensamentos anuviados. Será que alguém vai algum dia me dizer que está tudo bem apenas ser?
Como que faz quando a gente não sabe mais pensar, quando a medida da racionalidade é uma dormência de intensa desesperança e crueldade, a gente dorme ou inventa coisa boa pra pensar? Parece que ninguém quer responder, e será que é pra eu me contentar com essa informação limitada? Ou será que é melhor eu ser a louca que fala aquilo que tem na cara?
E quando eu paro de fugir, quem é que aguenta ficar aqui? Por que querem tanta estabilidade se toda a vida é uma maré, que vai e vem no próprio pé, que revira o que se achava esquecido, o que parecia compreendido, só pra trazer aquilo que é. Será que alguém vai me deixar dar no pé, ou será que vou precisar de autorização pra continuar na contra mão? Como é que faz se a gente não aguenta mais?
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