Pingo D'água - Primeiro

Eu me assusto com muita facilidade

Dou um pulo e recuo do nada

Enxergo a vida com a cara assustada

E me pergunto como será a próxima noitada


Eu me interrompo com tranquilidade

Como se não houvesse maldade

Esperando algum ponto de encaixe

Deixando a desistência fazer parte do encarte


Eu acumulo sem perceber

Vou guardando coisas das quais não quero me desfazer

E em algum momento vejo tudo derreter

Então só olho aquele estrago acontecer


Eu vagueio a maior parte do tempo

Como se não desse pra ter a certeza de qual mundo pertenço

Achando que alguém vai depositar em mim algum momento

Sem reconhecer que fui eu quem cheguei primeiro

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Autorretrato - Capítulo Vinte e Nove - Os pedidos lacrimejantes

Autorretrato - Capítulo Trinta e Seis - Permanência oscilante