Autorretrato - Menina, ou menos que a ida
A menina repousava escondida, querendo mais da vida, sonhando com a próxima partida meio aquele aprisionado contexto. Em sua inquieta mente guardava os mais vorazes segredos, aquelas histórias de arrepiar até os pelos dos dedos. Não é exatamente que sabia, mas sentia que naquele lugar a sua vasta mente não caberia, já mal havia espaço para as suas horas sumida.
Cada passo parecia uma eternidade que se desfazia, tiveram anos rápidos, e tiveram dias que nunca se findavam, o que é que a vida queria? Vários ciclos se passaram, e piscar de olhos nunca deixou de ver as novidades de um novo prazer. Em todo o silêncio que lhe cabia, com sua imaginação fugidia, traçou o plano que continha a sua ambição de vida: fazer o que lhe deixa feliz.
Parecia simples quando desenhado no céu, mas escrever aquela realidade no papel não era bem o consenso das estruturas. Quem diria que precisaria partir numa eterna briga, mas enxergaram como birra, e mais tarde como o ápice da integridade. Foi exatamente tudo o que queria, e continuava sendo, um eterno pulo no escuro, uma busca pelo invisível, e a cada movimento, era possível sentir essa intensidade no vento.
Não vou terminar dizendo que a menina não existe mais, pois essa não foi a realidade da qual foi atrás, então só posso dizer que continua, sendo intensa como o ar rarefeito, eterna como a profundidade do mar, um constante mudar como a maré a se transformar. Não era mais a mesma menina, era cada vez mais partida.
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