Pingo D'água - Dei meu adeus

Fui, dei meu adeus e me recolhi

É o momento da introspecção, de ouvir a voz da minha razão

A minha voz que é razão

Já deu, o tempo da fala que seria de alguma escala

A proporção do tempo me deu o rumo do vento

Não é preciso seu entendimento, só vou ficar aqui ao relento

Ficar só, e teu jeito que permaneça seguindo o próprio tempo

Não precisamos viver os mesmos momentos

Que a vida te sirva de instrumento

Para um melodioso bolero, ou um samba frenético

Que seja teu o toque do instrumento

Pois estou no rumo do meu aconchego, e acho que é o momento do selo

De fechar a porta, pois já sei que não se deixa qualquer um entrar

Mas é da minha chave que estamos a falar

Siga seu rumo, abrindo as portas onde quiser entrar

Já fui por esse rumo, e sei que não posso te impedir de desfrutar

Não me resta abuso, então saio para no meu silêncio me banhar

Não vou pedir desculpa por não poder compartilhar

Existem momentos que só cabem ao tempo, não estou aqui para julgar

Não estava criando caso, mas acho que seu olhar ainda está nesse patamar

Acho que não percebeu que não estou ascendendo, estou descendo cada vez mais

Acendo o incenso só para cheirar

Já passei por muito mal tempo, então sei desapegar

Queria parar e conter as informações, queria te aliviar, mas meu canto é mar

Incontrolável, infindável

O horizonte que você não pode tocar

Tome seu rumo e entenda que só eu sou o meu lar

Que isso fique suspenso no ar, visível para qualquer respirar

Não posso deixar o meu tempo te afogar, e nem conter a tempestade que preciso enfrentar

Digo o mesmo de ti, já que somos mesmo defeitos

Pode escolher o barco para navegar

Mas só vamos poder conversar novamente, quando estiver disposto a ser a onda do mar

Já sei que não vou me afogar, porque a revolta do mar, é só o mundo querendo te englobar

Te deixo na superfície do globo, e quem sabe não terminamos juntos no porto