Hipo(crê)sia - Tempos anêmicos
Estamos em tempos de pandemia, e já te aviso que é demais pedir por uma vacina. Estamos no limite da vida, e só não se importa quem consegue deixar a sala com o nome na porta. Estão achando que isso é riqueza, mas é apenas a comorbidade do sistema. Quem diria que estaríamos na margem da própria vida... E quando tudo começou a não ter distinção, a quebrar com o padrão, a podridão que reina nesse império de mortes começou a desviar a atenção e jogar com todas as cartas. O que importa é não morrer, é te foder. É apenas isso, a vida em todas as suas relações podres de controle. Você pode estar rindo descontroladamente, sorrindo como se nada tivesse acontecendo, ignorando o protocolo do velório para ter um pouco de paz, para fingir que esse mundo te satisfaz, mas a realidade só está te mostrando exatamente tudo o que você é, não adianta mais querer disfarçar a corrupção, pois todos sabemos o quanto és ladrão. Então não te resta mais nem pedir perdão. Que a vida seja como ela é, só para que tenhas noção da tua falta de razão. Estou perdendo a linha, escorregando as rimas, mas se não faço nenhum sentindo, por que continuas dizendo que estou mentindo? É você quem invalida a própria razão, e o mundo percebe, as pessoas só não querem ter que lidar com a própria solidão. Então banque a inocente, é você quem enterra a semente da própria devastação. Estamos em tempo de anemia, onde a falta nunca foi exceção, e sim a regra que balanceia a equação.
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