Autorretrato - Seria vida?
Escrevi em ti poesia, as marcas da vida, os espaços da minha
saída. Esperei muito tempo para me encontrar caída aqui, ainda com vida. Se
tivesse errado os segundos poderia ter me perdido nesse buraco sem fundo.
Falaram exatamente em tudo o que eu iria falhar, então tive que travar algumas
batalhas para começar. Fiquei tão focada em perseverar, que não percebi o
quanto começaram a admirar o caminho que estava trançando.
Passaram a gostar tanto, pois nem imaginavam essa
possibilidade de existir, que começaram a invejar e negativar o que fosse
possível. Não percebi que construí uma existência maravilhosa, pois ficava numa
eterna batalha com as frustrações dos outros. Só fui perceber isso agora,
quando me preocupei em olhar para as minhas questões. Tenho o que muitos não
tem. Acho que todo o ódio vem do medo e frustrações dos outros
Comecei a caminhar mais leve, a correr e desaparecer nos
meus tempos. Um medo ficava por perto, mas com o tempo percebi que tudo só fez
mais sentido. Acho que sou exatamente isso, preciso fazer todo o sentido, ou
então jogo tudo fora e recomeço do zero. Não quero metade, e muito menos
porcentagem, recuso-me até a ser contagem. Em vez de esperar, vou caminhar até
o que está por vir. Escrevi em mim poesia, todas as marcas da minha vida.
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