Autorretrato - Desculpa

    Desculpa, ex-culpa, um pedaço travado de multa que fere cada pedaço de pele. Não sei bem qual seria o pedaço de morte que cabe nessa sorte, entre todos os entraves, nas entrelinhas da redação que dividiu o pedaço de pão. Não sabemos mais de quem é a culpa, e seria isso a previsão ou a demolição de tudo que achávamos estar por vir?

    Pensei caber em todos os espaços, mas cada divisão do espaço foi uma ruptura da qual parece não haver mais fuga. O que faremos quando entendermos? Chegará um dia em que reviveremos essas memórias desse tempo, ou apagaremos os conflitos das redes para nos contradizermos? Deixarei tempo para preencher os cômodos que esvaziamos sem perceber.

    Gostaria de saber, de preencher, de talvez desfazer, mas acho que já aconteceu tudo o que prometeu. Não vim pedir desculpa, pois já não achei mais a culpa. Queria ter o foco para terminar sem titubear, mas acho que não estamos no ponto de nos enrolar, já passamos da hora de pestanejar. Vim aqui ouvir a luta, pois não sei mais ser tudo isso que deixamos de perceber.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Autorretrato - Capítulo Vinte e Nove - Os pedidos lacrimejantes

Autorretrato - Capítulo Trinta e Seis - Permanência oscilante