Hipo(crê)sia - Voto fascista

Eu tenho nojo de você, sua podridão do absurdo. Seu desprezo pelas regras me dá ânsia, esse seu desajeito na normatividade incomoda as minha expectativas, absurda as minhas limitações. Gostaria que você vivesse a vida da minha maneira, como planejei, pois assim ninguém questiona a minha estupidez em seguir as regras  desse sistema. Não quero conversar com você, estou extremamente incomodado com a minha insensatez. Você sabe que aponto os dedos, pois quero esconder os meus defeitos, e você vem direto com esse espelho, sem o menor respeito. Só não surto porque não posso perder a honra, preciso manter a pose, pois já disse para todos que essa loucura era toda sua, pelo menos aja de acordo com a minha ditadura, tenha um pouco de empatia já que te falta insensatez. Vou ficar aqui de bico emburrado, mas com a minha força já te apontei como culpado. Infantilidade é essa sua falta de aptidão para lidar com a minha irresponsabilidade. Sou mais teimoso que as suas verdades. Feche essa sua boca escrota. Você sabe que foi rude. A pior parte da sua grosseria foi você ter razão, mostrar todos esses dados para romper a minha ilusão. Odeio a sua sensatez, essa sua sóbria imundice me dá nos nervos. Seu desajeito! Seu pior defeito é discordar dos berros dos meus desejos. Só gostaria de fazer o que bem entendo sem ser esculachado pelos seus conceitos. Maldita informação essa que você recebe na palma da mão! Agora questiona a minha autoridade, não te deixarei mais ter trégua nessa cidade.

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