Autorretrato - A
Acho que só saberemos escrever essas tramas levianas de mentes insanas. Não saberemos contagiar com emoção a nação, pois não nos encaixamos neste padrão de civilização. Vamos ser sempre assintomáticos, menos urgentes, indecentes, menos gente com toda essa falta de expressão.
Estamos fadados ao silêncio, pois a nossa fala é inexistente. Não queremos falar de solidão, então vamos ficar nos assuntos de toda essa gente, é só continuar a ser, não existe nada para exigirmos, pois estamos a lutar com os moinhos de vento.
Se continuarmos invisíveis pelo menos não teremos um alvo nas costas, mas continuaremos sendo mortes simbólicas. O medo vem quando precisamos lembrar de nós mesmos, pois nos fazemos esquecidos na invisibilidade, vivemos com a nossa essência escondida na escuridão para quem sabe conseguir caminhar no meio da multidão.
É uma crueldade todas essas normas da vida, mas só quem teme pela própria existência que entende a violência dessas construções, pois quem ouve, mesmo que com atenção e compreensão, ainda consegue ter o direito de apreciar a vista enquanto nos preocupamos em poder expressar a nossa visão
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