30/12/2014 - Agora Pandemia

    Suposições falsas. Preposições cheias de mágoas. Foi-se mais um, e ninguém fez questão de deixar uma ingratidão de lado. Junção de peças precipício abaixo, e mais um indivíduo dilacerado. E ninguém fez nenhuma questão.
    Há uma naturalidade mórbida nessas composições programadas, vendidas como ouro, e vindas de um estoque barato. Fica no ar uma falta de compaixão, pois o único sino que ressoa são as marteladas dos mantras de indignação.
    Composição desajeitada essa reprodução de lugares, essas cristalizações abandonadas. Falta de peito para encarar um respeito sem moderação. Falta de coração despejar opiniões na velocidade de facadas psicóticas.
    Feição treinada a botes e rebotes para uma extrema consideração, falsa encenação, marcada com a marca do desgosto ferido pelo tempo, este amigo destruído.
    Então, corrompido, ficamos nesse pedaço de mundo corrompido, jurando dias melhores, implorando por menos mortes.

Brasil, 21/05/2020.

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