Autorretrato - Capítulo Onze - Ressignificar

        Venha que já está na hora de ressignificar o que é carinho, transmutar o aconchego do ninho em todas as partes de destino que carrega consigo. Mas que infortúnio momento para pensarmos em nós mesmos e paralisarmos todos os nossos desejos.

        Venha que a vida está a te procurar, tentando encontrar agora seus preciosos mentores que vão guiar todas as emancipações necessárias. Coloque à disposição a melhor habilidade que tem, para assim, quem sabe, passarmos das três.

        Venha que estão todos no caminho, da luz ou da escuridão, e nos restará uma vastidão de contrastes. são necessários os olhos do combate para tentar permanecer sem empates nessa revelação de cores.

        Venha que toda a mudança já aconteceu, e só estamos às margens de qualquer significado. Liberdade e crueldade já estão de mãos dadas nas correntes que ancoram as máscaras que estão a cair. É só olhar de volta.

        Venha que todos estão por partir, seja agora ou em alguma amora, todos deixarão de sorrir alguma hora. Mas não se preocupe, pois haverá quem vai ficar, e mesmo com o coração à despedaçar, escolherá ajudar.

        Venha, pois já estamos desapontados, e com as decepções em ordem podemos seguir resilientes vendo a hora passar, tentando lembrar qual abraço vai conseguir nos conciliar depois dessa devastação de almas.

        Venha que já está na hora de ressignificar a importância da vida e seus mais belos afetos que encantam seus olhos a cada despertar. Venha, pois já está ficando demasiado poético, e um tanto patético.


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