Autorretrato - Capítulo Dois - Demência
Eis a
urgência que me vem, de mais uma vez, de pelo menos por alguma vez ser o bocado
que me faz refém nesses dias de selvageria, aquela parte que não me cabe e fica
na espreita, de qualquer mureta, seja por menos que uma tormenta, ressurgindo
como uma tristeza.
Queria
que fosse de mais beleza, ou de menos ensejo, mas não contenho mais os meus
pesos nesses momentos. Dividi em partes, e o que coube nos entremeios foi o que
me veio nos momentos de desespero.
E
venho agora aqui, recolher-me com desespero, pois me deixei vazar pela
superfície, escorreu pelos poros aqueles desejos insanos que já não ouvia mais.
só me deixei calar, sem forças para responder, e estou aqui mais uma vez.
Não
fugi, não me desesperei, já aconteceu mais uma vez, essa urgência que me rasga
a calma, e se espalha como uma besteira, dividida em asneiras, e já não tem
mais sentido que se faça meu amigo.
Então
pensei no caminho da subida, se não é tudo um ciclo das entrelinhas que
tentamos ignorar, ou dos pedaços que queremos silenciar, mas só acabamos
esquecendo que somos nós mesmos.
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