Hipo(crê)sia - Gaslighting
Não sei por quantas vezes mais vou ter que respirar fundo, sua ingratidão do absurdo. Já cansei dos seus falsos consolos, seu amorfo mentiroso. Parece que eu sempre caio na mesma bobeira, tento justificar as minhas certezas, como se não houvesse asneira maior para pronunciar nessa zonzeira. Desça mais uma palavra ríspida pela minha garganta, pois quando tudo voltar, quando eu não conseguir segurar essa náusea que você me causa, eu serei a insensata culpada. Cuidado! Sou um monstro enjaulado, disfarçado de pérola, aquele que grunhe por não conseguir pronunciar as suas palavras de maneira adequada. Sou uma besta desenfreada! Sou a tola que mostra a cara lavada, estranha, pobre, julgada. Só não fique muito perto, pois tenho um dom para derrubar essas máscaras. Sou o que resta da desolação humana, o que só é lembrado aos prantos, então corra para o seu castelo de mármore, não ouse arriscar a sua imagem, pode ser que o horror que você vê em mim seja seu reflexo de amargurada crueldade. Já não duvido mais da minha sanidade, pois sei que ela nem está aqui para ser questionada.
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