Nó em pingo d'água - À passagem


O que acontece nesse mundo
Que te perturba sem conciliação
Que te convulsiona de podridão
O que acontece nesses estudos
Que não descrevem a solidão
Que não conseguem ter emoção
O que acontece com a multidão
Que opta por desprazeres configurados
Que se enche de roupagens classificatórias
O que acontece com os amores
Que morrem antes das flores
Que se abastecem das mortes dos odores
O que acontece nas ruas
Que te expõe à insegurança
Que te mata de confiança
O que acontece com os conceitos
Que se enchem de defeitos
Que dividem o mundo inteiro
O que acontece com as perguntas
Que deflagram censuras
Que nos enchem de ataduras
O que acontece com as pessoas
Que tem as mesmas injustiças
Que querem as mesmas cobiças
O que acontece comigo
Que enxergo excesso de perigo
Que vivo na beira do abismo
O que acontece contigo
Que me deixa a esperar
Que não sabe como escapar
O que acontece conosco
Que já perdemos o bom gosto
Que não sabemos como paramos neste posto

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Autorretrato - Capítulo Vinte e Nove - Os pedidos lacrimejantes

Autorretrato - Capítulo Trinta e Seis - Permanência oscilante