Hipo(crê)sia - Cumplicidade

Loucura! É tudo o que tenho para falar dessa sua hipócrita culpa. Como se ninguém te visse, como se nada te ouvisse, você acabou virando essa solidão para poder teatralizar toda a sua desesperada culpa nos fantoches que te circundam, acreditando estes terem conquistado uma vida com o mestre Gepeto. Acho que suas mentiras são tão absurdas que ninguém realmente chega a acreditar em você. Só pode! Todos os soldados permanecem em seus postos nos fortes por medo da sua tirania, e sua pura covardia te mantém longe do campo minado pelas bombas que cultivou. Pode me olhar como se eu fosse a traidora no meio da maquiagem que carrega todos os rostos ao seu redor, mas eu sou a única estúpida a ver, a única insana o suficiente para conseguir te reconhecer. As mentiras baratas não me convencem e o veneno manipulativo não me preenche. É meu o erro que viver uma enxaqueca por dia, mas não consigo me deixar acreditar tão facilmente nesses fingimentos de calmaria. Sou a tranquilidade mais pesada que poderia ter pousado por aqui, pois carrego em mim o vazio dessas relações mal lavadas, sua culpa, sua deformidade oculta.

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