Nó em pingo d'água - Exposição

Não vou fazer da minha casa uma vitrine

Não quero posar de certeza

Seus sais de banho não me tiram a imundice dessa humanidade

Não quero estampas delicadas

Não faço questão de usar tons amenizados

Não me importo com esse padrão de colorido

Não faço questão desses sorrisos

Desse brinco no umbigo

Pergunto-me o que esses brilhos fazem por você

Que parte de ti isso cobre

Não vou vestir as cores que você gosta

Não me importo com esses moldes

Faço de mim certas mortes

Faço questão de ter alguns cortes

Cubro-me de lotes

Pois não vou ficar nessa vitrine

Prefiro ser este abismo

Do que fazer de mim essa superficialidade

Do que fingir essa ingenuidade

Prefiro comer a minha mortalidade

Do que deixar seu veneno me corroer


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