Hipo(crê)sia - O preço da esmola que paga a praga

O capitalismo é a puta que se vende por um trocado, é o egoísmo que se garante, é a filha-da-putagem que pisa em cima dos outros. O capitalismo é o mendigo que implora por ter, é a anti-eticidade que vende seu uso para subir. O adorável é o topo. Todo mundo fala que o resto do mundo é alienado. Eu me pergunto quem sou eu para dizer quem e o que você é. Eu não deixo de ter uma opinião, não deixo de ter valores, mas deixo de ver como você, e quem não vê tem os olhos tapados pela alienação. O capitalismo não é o lado bom das coisas, a realidade que se justifica em suas dificuldades. Os discursos constroem esse mundo, essas mentiras. Os discursos constroem a imagem da puta que é mulher, do traficante que é vulgarmente favelado, do preto que é mal falado. A gente se vende para comprar a mentira em que queremos viver, para bancar o preço da realidade que escolhemos. Deixamo-nos ser a pequena massa injustiçada que é a maior, base da sociedade. Talvez porque aprendemos num mundo que se vende por pouco, que deixa um lado cair para o outro subir. Com os discursos nos poros a gente busca um ideal, ou o contrário, pois todos estamos erroneamente certos. A pergunta não é o que você faz pelo brilho de um holofote, mas o qual é o brilho para você.

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