Hipo(crê)sia - Ser ou esquecer
Sejamos então a sarna na pele, o grotesco que borbulha em desesperos, causemos a angústia alheia e vivamos disso, de escutar uma angústia que nos garante um ensurdecimento de convicções, de uma estúpida certeza que temos que entregar ao mundo a cada segundo que respiramos, por estarmos vivendo e por estarmos morrendo. Vamos dilacerar tudo lentamente, rir das nossas indiferenças para não sentirmos a nossa hipocrisia, para não vermos o nosso riso amarelo baforar uma podridão que as sobrancelhas taciturnas não conseguem disfarçar. Fingiremos que existem laços, que sabemos por que não esquecemos, que entendemos a nossa humanidade contorcida nas suas incertezas que proferem certezas cegas pela nossa variável valoração impregnada nos desejos de visibilidade e aceitação. Sejamos então estupidamente bruscos, pois assim afastaremos os sentimentos corrosivos e nos destruiremos por conta própria em nossos desconfiados afastamentos.
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