Hipo(crê)sia - As bobices sociais

Foi uma bobeira, eu sei; não era aquilo, eu sei; mas, existe tanta bobeira que não consigo deixar de esbarrar com elas. E, de todas, as piadas são as mais bobeiras, a piada machista, a piada homofóbica, a piada excludente, a piada moralista, a piada ética, a piada defensiva, a piada auto degenerativa, a piada julgadora... Pobre piada! Ela queria sorrisos e não repreensões! Pobre piada!

Para de pensar menina! Mas eu preciso admitir que fiquei presa nessas bobices, elas se impregnaram em mim e já não consigo desencarná-las, eu não posso olhar, pois já começo a me achar uma bobeira, das pontas do cabelo até a feira, uma grande bobeira!

E nessa bobice que sou, eu rio e gargalho do que me mantém no alto, correndo aos saltos dos meus abismos e abraçando temorizada os meus medos bobos e culposos.

Pulando daqui pra lá fiquei assim, me bobeando, com os dias e as horas passando, fiquei por aí de bobeira, me achando uma escudeira, me aterrorizando comigo mesma. E quantas vezes eu não me senti uma peneira?! Mas quanta bobagem, estou precisando de uma lavagem de uma substância milagrosa, dessas que só essa gente sabe fazer, essa gente que pode e que nos muros não sobe, essa gente que a gente não vê e não sabe onde está, essa gente que a gente não vê com a cara estampada na caixinha de leite, mas eu tenho certeza que tem dor de dente.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Autorretrato - Capítulo Vinte e Nove - Os pedidos lacrimejantes

Autorretrato - Capítulo Trinta e Seis - Permanência oscilante