Autorretrato - Biografema
Por um tempo ela se calou
E o tempo não parou...
Ah! O tempo não parou
Ela desenvolveu seu silêncio
Aprendeu a mover as palavras
Invés de sonorizá-las
E o tempo não parou
Ela cresceu...
Cresceu a vida da sua alma na paz do silêncio
Na paz muda que sente horrores tremerem sua carne
E vê a brutalidade estilhaçar esperanças
Como as gotas de água se jogam nas paredes do mundo
em uma tempestade
E para nada disso o tempo parou
Ele, na verdade, concretizou essas existências
Estando sempre de passagem
Na calada insonoridade
Ela pôde cantar a sua música
Ela pôde escutar mais que murmúrios
Ela pôde se conhecer mais que ninguém
Nesse silêncio
Ela escutou a brutalidade suicida das gotas de chuva
a obrigar a resistir de pé
Sentindo seus cortes serem abertos
Numa superficialidade profunda...
Na qual o tempo nunca respirou
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