Autorretrato - Capítulo Três - A fuga da partida

    Então mais uma vez ela partiu. Como sempre esquecia que fizera quando a força repreensiva exterior cortava o seu peito, fazendo de inútil a tentativa de esconder o que o mundo lhe arrancava com sua própria permissão. Ela optou viver no mundo da imaginação, com seus pés flutuantes, para poder esquecer a tristeza que insistentemente temperava o seu presente com um espectro cinza.

    Mas se sabia, por que nada disso sumia?! Resolvia-se?! Era a hipócrita vingança de si mesma, já que não acreditava nas verdades absolutas e racionais, não conseguiria fazer da compreensão racional da pressão peitoral, as causas e motivos que a libertariam de si mesma; afinal, já não sabia se em algum momento seria possível fazer uma clara separação do que era e o que não era ela mesma, pois ela não acreditava nessas distorções contemporâneas cartesianas.


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