Autorretrato - Capítulo Quatro - A confortabilidade dos conflitos
Tudo
parecia realista, entendido e pensado demais... e, quanto mais racionalizadas
as suas reações inegáveis, mais intensa a confusa dor do que se prolongava em
seus inúmeros entendimentos. Talvez o muito tempo fosse gasto de maneira
ineficiente para a mudança tão desejada, soluçada e escorrida; mas talvez isso
fosse eficiente para o medo de que com o passar da mudança viesse seu mundo,
realistamente apenas seu, dependente e existente de si, por si e para si.
Por momentos, não acreditar demais pareceu acreditar demais, assim como as afirmativas negações, mas de maneira condizente com as possibilidades que a permeavam e concretizavam os seus não-acreditar. O que desesperadamente gritava, rasgando-se por dentro para tentar entender, inscrevia-se no seu grito, omitindo o que não queria ser visto, e transparecendo a opacidade dos entenderes mútuos, confusos, inoportunos e, aparentemente, necessários.
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